quarta-feira, 28 de maio de 2008

PLANANDO...



" Vieste suavemente planando
Entraste em tom brando,
Ecoava em fundo um jazz contemporâneo
Um vinho respirava em cima do piano
Não me abrandaste o ímpeto de te querer
Não fizeste um gesto quando te despi para te ter
Não quebraste o silêncio quando tocava a balada do prazer

Não me paraste quando te beijei o peito
Não me negaste quando te apertei contra o canto
Fizemos do chão o manto
Do nosso Amor e outro tanto

Abriste te em flor
Tocaste as notas do amor
Foi um misto, o prazer e a dor

Brotaram lágrimas por finalmente te ter
Ver a tua silhueta esbater
Em contraste com o amanhecer


Na parede do quarto escorria o suor
Já não havia mais pudor
Parei o tempo, podia até morrer".

J.A.

SAUDADE

SE TU VIESSES VER-ME Florbela Espanca por Miguel Falabella

PERDIDAMENTE...

FEITICEIRA

terça-feira, 20 de maio de 2008

Vem...


Vem, amiga,
trazer-me as tuas mãos, as tuas brancas mãos.
Vem percorrer o meu corpo lentamente
mergulhar nua nos seus lagos
saciar-te nas suas fontes.
Vem. Cobrir-te de beijos.
Encherei as tuas horas, os teus minutos, com uma alegria inesperada.
Desvendarei antes da noite
o segredo que existe nos bosques molhados da mais estranha solidão.
onde te esperam inquietos os meus braços,
a minha boca chama em silêncio a tua boca,
e o amor acontece
para lá da fronteira das palavras.
Oh, vem, quero alimentar-me de ti
como uma planta carnívora.
Como o lobo devora o corpo da gazela.
Quero que a minha lingua percorra em delirio as tuas coxas
e os meus dentes mordam e cantem no teu peito.
Quero sentir o meu desejo correr nas tuas veias.
A minha fome perder-se nos teus músculos.
O teu ventre estremecer nas minhas mãos.
O teu gemido crescer na minha voz.
Vem, amiga. Viajarei contigo
à procura de nós em cada beijo.

(Joaquim Pessoa)

PALAVRAS PARA QUÊ!?

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Katie Melua - 'If You Were A Sailboat'

SABES VELEJAR?


O PROMETIDO É DEVIDO!

Foi devidamente prometido... e cumprido!


PRIMEIRO BEIJO

PAIXÃO - RUI VELOSO

( Numa qualquer parte do mundo, estas palavras ja tiveram um significado especial e um tempo proprio)

Saudade


( Tomei a liberdade de publicar o post de um grande amigo... Mico! Pela grandiosidade das suas palavras e por muito admirar tudo o que escreve, sou uma fã incondicional do seu blog, Obrigado, meu amigo, por seres como és!!!)

" Perguntaram-me o que é saudade. A minha resposta foi imediata: talvez ninguém entenda mais
disso do que eu! E tentei explicar. Falei que a saudade é uma dor que parece cortar a
alma de nós, como navalha. Que faz o coração sangrar de tal forma como se ouvíssemos cada
gota do nosso sangue gotejando na nossa alma. Falei que é a falta imensa que nós sentimos,
o vazio infinito que sentimos quando nos lembramos de alguém que não vimos mais, que há
muito não vemos, que não veremos mais ou, ainda, de algo que ficou no passado e que jamais
poderá ser revivido.

Respondi, também, que saudade é uma dor que faz com que nos sintamos pequeninos, impotentes,
fracos, por não podermos tomar iniciativa para restabelecer um momento, uma fase, um
período, um tempo da nossa vida ou trazermos de volta alguém que foi embora, ou para outro
plano, ou para bem perto de nós, porque se encontra vivo e aqui no nosso planeta, mas
totalmente inatingível, inalcançável por se envolver numa redoma, propositadamente ou
involuntariamente, ou, ainda que possa sê-lo, não nos dá condições para tanto, fazendo
o nosso coração latejar de dor ao mesmo tempo que fica meio oco e a faltar um pedaço.
Expliquei que a saudade é a vontade de termos de volta o quê ou quem perdemos, de
abraçarmos, beijarmos, falarmos, ouvirmos a quem amamos e se encontra ausente e, mesmo
que saibamos que um dia essa situação poderá mudar, ela magoa mais à medida que o tempo
vai passando e nenhuma luz nos mostra que esse dia está próximo, tão pouco se ele
realmente vai chegar. Defendi que é a ferida que se mantém aberta quando alguém nos
ensina a amar e esquece de nos ensinar como deixar de fazê-lo, como esquecer. É como
se esse alguém comprasse o peixe para nos dar o alimento e jamais se tivesse preocupado
a ensinar-nos a pescá-lo, talvez porque nem soubesse fazê-lo, já que optou pela compra
e não pela pesca. E, quando vai embora, deixa-nos a fome, a necessidade do alimento.

E, à medida que eu enumerava as várias interpretações da saudade, mais eu sentia saudade,
mais aumentava o vazio dentro de mim, mais sentia vontade de dormir, dormir, dormir, até
que chegasse o momento de aplacar todas as minhas saudades, minimizando-as ou
exterminando-as. Porém, repentinamente, eu lembrei-me que a saudade não é só isso!
Que pode ser, também, o oposto disso tudo! Que pode não ser a ferida, a dor, o vazio, a
impotência, a distância, a ausência! Saudade pode ser, também, a boa recordação de momentos,
fases, épocas, pessoas; a lembrança que passeia na alma, que dá a sensação de proximidade
de quem amamos, que nos faz sorrir quando revivemos, mentalmente, situações inesquecíveis,
momentos insubstituíveis, ocasiões ímpares, alguém que faz parte de nós, que é um pedaço
imenso do nosso coração, que nos fez feliz mesmo que por poucos, mas intensos instantes.

Saudade, pode ser apenas um bem maior que a felicidade, porque é a felicidade que ficou.
É, ainda, a certeza de que fomos presenteados com a possibilidade de darmos e recebermos
os melhores sentimentos de alguém, em algum momento da nossa vida. É sabermos que existiu
na nossa vida algo ou alguém tão maravilhoso e tão importante para nós, que não nos permite
que esqueçamos, que abandonemos, que neguemos, que nos furtemos a admitir que vivemos com
intensidade, às vezes até com loucura, paixão, de forma incomensurável, algo ou alguém que
representa ou representou a nossa outra metade, tudo que nos faltava, tudo que merecemos.
Lembrei-me, sim, que a saudade pode não representar tão somente a tristeza, a amargura, o
desprezo recebido, o abandono, a revelação de um sentimento solitário que, em algum momento
, nos enganou, permitindo-nos acreditarmos na correspondência dos nossos sentimentos.

Lembrei-me, sim, que a saudade pode não acontecer apenas quando sentimos a tristeza ao
deparar com a realidade de que neste plano não teremos mais a possibilidade de reencontrar
um ente querido que já fez a sua passagem. Lembrei-me, sim, que a saudade é a marca, a
tatuagem, o reviver, a raiz regada e proliferara de um facto, de um momento, de um espaço
da nossa vida, de alguém que muito amamos e que, não importam os motivos, não estão ao
nosso alcance no exacto momento em que os nossos pensamentos activam as nossas lágrimas
misturadas com os nossos sorrisos, expressando os mais puros sentimentos traduzidos pelo
nosso coração e as maiores alegrias que a nossa alma gravou no mais profundo do nosso
ser, permitindo que factos e pessoas extremamente especiais para nós, passassem a ser
um pedaço de nós!
E isso é tão verdade que, surpreendentemente, sentimos saudade de quem nunca vimos,
dos beijos que jamais demos ou recebemos, do abraço nunca materializado, de palavras
escritas, de carinhos nunca recebidos, do olhar que nem sequer sabemos a cor, do corpo
que nem fazemos ideia de como seja, de personagens criados para nós ou por nós, de
lugares jamais visitados, de estrelas que jamais tocamos, do luar que nunca nos mostrou a
face da pessoa amada, da música que jamais ouvimos juntos, da poesia que nunca foi feita
para nós, dos lábios que, na nossa mente, são doces, ternos, cujo gosto temos a sensação
de ter sentido, sem, entretanto, jamais os termos tocado...

Saudade é tudo isso e muito mais! Saudade eu sinto, de ti.."
(Escrito por Mico)

quinta-feira, 15 de maio de 2008



O silencio doi como pedra na lingua.
A vida por vezes não tem esperanças nem sentido,
tudo parece em paz e no entanto o amor
tem sempre uma mais fria recompensa.
desde a primenira flôr, pouco ainda mudou
essa face da noite com a face do homem.
O rouxinol canta, sim, ador do homem canta
e à força de a esquecer, aprende-se a esquecer.
O silencio é de passos que atormentam a noite
e que ao fundo do fogo vão buscar a luz
para fazer arder as horas ate ao orvalho
onde a manhã se ri com os dentes da água.
Às vezes vagueia pelo pomar da noite
uma égua perdida numa nesga de luz,
é ador que pergunta e procura uma casa
junto à erva do peito, sob os olhos calados.

Tu ensinaste-me a fazer uma casa:

Tu ensinaste-me a fazer uma casa:
com as mãos e os beijos.
Eu morei em ti e em ti meus versos procuraram voz e abrigo.
E em ti guardei meu fogo e meu desejo.
Costruí a minha casa.
Porém não sei ja das tuas mãos. Os teus labios perderam-se entre palavras duras e precisas
que tornaram a tua boca fria
e a minha boca triste como um cemiterio de beijos.
mas recordo a sede unindo as nossas bocas
mordendo o fruto das manhas proíbidas
quando as nossas mãos surgiam por detras de tudo
para saudar o vento.
E vejo o teu corpo perfumendo a erva
e os teus cabelos soltando revoadas de passaros
que agora de serolhem, quando a noite se move,
nesta casa de versos onde guardo o teu nome.

(Joaquim Pessoa)

FOREVER IN LOVE BY KENNY G.


Tornaste-te, inantingível!
Ergueste à tua volta, uma muralha, que apenas a alguns é dado o direito de transpôr...
tranformaste as lagrimas em duras pistas de gelo
as tuas palavras, outrora meigas e plenas de ternura; agora são duras e secas sem significados, nem significações...
A tua boca, quente, que aquecia a minha e me escaldava o corpo e as minhas noites; fechou-se... para mim
O teu corpo deixou de me procurar
o teu aroma, não se confunde já com o meu
distante de ti,
longe do teu corpo
a milhas de distância dos teus beijos
morro lentamente na sombra dos séculos que vivi...
a amar-te... assim sem mais!

A tua Ausência


Sabes…Como me dói a tua ausência?
Queria dizer-te tantas palavras que me vêm ate aos lábios…
Mas a dor é maior… e não me deixa falar…
Sei agora, que já te perdi…
Perdi a ultima esperança de um dia te poder voltar a ter,
Agora dói o saber que é mesmo uma verdade,
Que te deixei de ter,
Que nunca mais te voltarei a ter…
Dói-me tudo… de mim, em ti…, de ti… em mim…
Arrancaram – me uma parte de mim…
Tu eras uma parte de mim.
Tu eras essa parte, e fazes-me falta!
Sinto a imensidão do mundo à minha volta… e sinto o quanto sou pequena
No meio de tudo isto… faltas-me tu!
Deixaste-me o cheiro do teu rosto, uma vez mais…
O sabor dos teus beijos… quentes, meigos e famintos… de nós!
e… o encanto de poder adormecer embalada pelo calor do teu peito,
pelo teu cheiro,
pelo teu abraço forte,
por ti!
A dor é grande, meu amor
E deixa uma angústia crucificante
Não sei já de mim, sem ti
Não sei já de nós
Quero amar-te e não te tenho
… e tenho uma sede infinita de ti…
De nós…
E não consigo evitar,
… mas eu amo-te!